Pra muitas pessoas pode até parecer algo intangível, etéreo. Mas na hora em que vem à tona e ganha o centro do debate, emociona, engaja, transforma. É capaz de mudar o rumo, expandir o escopo, criar oportunidades de negócio. “Não é algo imaterial, não é uma religião”, brinca Alexandre Waclawovsky, que pilota o podcast “Lado i”, dedicado ao Empreendedorismo e Inovação. Ele, o propósito, é tema da conversa que tivemos com Alexandre em dezembro – e dá pra ouvir o papo completo aqui.
No episódio, falamos do nosso próprio percurso e dos principais desafios que encontramos a cada vez que alguém bate à nossa porta. A verdade é que estamos vivenciando um acordar muito bonito das organizações. A maioria quer descobrir sua razão de ser – para além do lucro. Como podem usar o conhecimento que elas têm em prol da sociedade? Lembramos que não são raros os líderes que querem transformar: partem de uma motivação pessoal forte, mas há uma grande dificuldade de levar as equipes junto.
Precisamos enxergar a vulnerabilidade como uma das peças dessa engrenagem. É fundamental que as pessoas sintam-se à vontade para entrar na sala de reunião inteiras, sem deixar atrás da porta aquele desconforto, a opinião que pode destoar do coro, o olhar que pode desagradar os colegas. As emoções têm ficado numa mala do lado de fora e entramos na sala dispostos a brigar racionalmente, apenas. Isso é um erro. Os sentimentos também precisam ser colocados sobre a mesa – e muitas vezes são mais urgentes que o próprio tema da reunião. Dar importância às tensões e se abrir à escuta são caminhos fundamentais pra que as organizações possam se transformar.
É sempre bom lembrar que as inovações nascem do desconforto.
A falta de espaço para a vulnerabilidade vem de um ambiente defensivo, avesso ao risco. E o medo de se expor aos colegas - de falar o que pensa, de não ter a cara da corporação, o medo de ser diferente - trava qualquer processo: você acaba perdendo a conexão com você mesmo. O confronto precisa ser bem-vindo, senão estamos desperdiçando oportunidades valiosas de crescimento.
Pra nós, aqui na Amélie, as empresas são pessoas. Têm medos, crenças, experiências passadas. E seres humanos não são recursos – eles não estão a serviço das empresas. Essa compreensão permite a criação de um espaço de menos ego e mais coletividade, um espaço de propósito. Nosso grande desafio é enxergar para além da superfície e ajudar a colocar as ideias em movimento. Um convite pra deixar um pouco de lado as agendas e buscar compreender e tratar o que está acontecendo com o humano. Não existe avanço sem liberdade. Trabalhamos o autoconhecimento e o auto empoderamento como degraus pra que se possa finalmente chegar até ela.
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